quarta-feira, 14 de março de 2012

Cadê você pra fazer de novo quando parar de doer?

Entro em casa e os gatos vão bem: alimentados, brincando, distraídos. Até fazem certa festa, mas fico feliz em perceber que Lambão não se sentiu só, que está feliz com sua nova companhia.

Einstein diz que loucura é fazer as mesmas coisas repetidas vezes esperando resultados diferentes. Bom, isso eu vi assistindo Big Bang Theory, não sou especialista em citações de internet, muito menos em Einstein, só sei que me dei conta que todos os dias eram dias que passavam em branco, em deduções protegidas pela obviedade alheia, na inteligência da zona de conforto, dos relacionamentos vazios e seguros. Ocorre que o óbvio e seguro não traz a felicidade maior que o da ração nossa de cada dia, e eu já não me basto. Não quero mais ser o ápice da minha existência, nem a protagonista do meu humor, ser a única que me diverte. Não quero mais ser a pessoa a quem mais admiro, nem quero me entediar com os outros: quero você! E você é o que de mais diferente eu poderia ter, e por você, Einstein me fez mudar minha realidade.

Não me parece irreal fazer as malas e voar, não me parece absurdo não estar no meu solo firme. Gostar dos gostares, gostar dos amigos, sentir-se em casa e livre, tremer no primeiro beijo, no segundo, no terceiro. Sorrir dos sorrisos, arrepiar ao toque, abraçar à luz da Lua. Deixar cair todos os véus e ver-se virgem em sua própria verdade. E ninguém deveria se privar disso - aí está o princípio da vida!

E cada toque é um novo sentir, cada dor é mais verdadeira, cada gozo é mais claro e nítido, cada beijo tem em si o alívio de se fazer o que se deve fazer. Fecho os olhos e ouço as gargalhadas, os gemidos, os olhares que se consomem e entendem. Ouço os toques, os abraços, os suspiros, ouço o que foi dito e o não dito, ouço todas as verdades que saltaram aos meus olhos que nunca viram antes: era um nascimento, um casamento, um pacto.

E em casa, os gatos bem, as coisas em ordem, a vida toda justa e perfeita, me salta à vista a pergunta da qual por toda minha vida eu fugi: Cadê você pra fazer de novo quando parar de doer? Jogando tudo pro alto, benzinho!




2 comentários:

  1. Fecho os olhos pra não ver passar o tempo... Sinto falta de você...!

    ResponderExcluir